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Alimentação e Câncer

Foto do escritor: Vanessa BonafiniVanessa Bonafini

Atualizado: 28 de fev. de 2024





Umas das principais formas de evitar o câncer é ter uma alimentação saudável, ser fisicamente ativo e manter o peso corporal adequado.


Uma ingestão rica em alimentos de origem vegetal como frutas, legumes, verduras, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, e pobre em alimentos ultraprocessados, como aqueles prontos para consumo ou prontos para aquecer e bebidas açucaradas, podem prevenir novos casos de câncer.


Pesquisas apontam que pelo menos um terço dos casos de câncer em adultos estão ligados a hábitos de vida. incluindo a dieta.

Não existe uma dieta que te proteja totalmente da doença


O câncer é uma doença multifatorial e um aspecto sozinho, com a dieta, não pode prevenir 100% o seu aparecimento. Existem, por exemplo, tipos de câncer associados com mutações genéticas herdadas da família que podem se desenvolver mesmo que a pessoa adote uma alimentação saudável. No entanto, um dieta rica em verduras e legumes, grãos e frutas pode ajudar a prevenir a doença de modo geral. Do mesmo modo que evitar alimentos industrializados com ingredientes cancerígenas é uma opção de prevenção.


Coma mais vegetais


Alguns vegetais como o brócolis e a couve são ricos em nutrientes que oferecem uma ação protetora para alguns tipos de câncer, como de boca, laringe, faringe, esôfago e estômago. Algumas frutas também demostram ação anti-câncer em testes em laboratório. Uma dieta rica em frutas e legumes também está associada a uma melhor saúde global, importante para evitar o câncer.


Moderação nas carnes


Estudos apontam que o consumo de carnes defumadas, grelhadas e embutidas aumenta o risco de câncer e a mortalidade após o câncer de mama. Pesquisas também indicam que o alto consumo de carnes está associado ao risco elevado de câncer colorretal, de pâncreas e próstata.


O câncer é uma doença que ainda intriga muito os cientistas e profissionais que trabalham com saúde. Isso porque o processo de seu aparecimento não é totalmente compreendido. Além do mais, quando, por exemplo, dizemos “câncer de mama”, estamos nos referindo na verdade a diferentes doenças que são agrupadas sob um mesmo termo.


E aí surge a pergunta, os alimentos realmente tem participação na prevenção do Câncer?


Na história da pesquisa do câncer, o interesse pelo papel da alimentação é um fenômeno mais recente. Dois pesquisadores britânicos, Richard Doll e Richard Peto, tiveram uma contribuição essencial nesse sentido, quando no início da década de 1980 estimaram que cerca de 30% dos casos de câncer no mundo estariam relacionados a dietas inadequadas. Esse número, que continua válido até hoje, não é desprezível e significa que um número expressivo de pessoas poderia evitar o problema por meio da melhoria de seus hábitos alimentares.


Diferentes organizações internacionais, como o Fundo Mundial de Pesquisa do Câncer ( World Cancer Research Fund) e o Instituto Americano para a Pesquisa do Câncer (American Institute for Cancer Research), e nacionais, como o Instituto Nacional do Câncer (Inca), recomendam o consumo diário de pelo menos 5 porções de frutas e verduras (cerca de 400 g) para a prevenção da doença.


Essas recomendações são baseadas em evidências científicas de que pessoas que ingerem mais frutas e verduras têm menor risco de desenvolver e morrer de câncer em comparação com aquelas populações que apresentam menor consumo. Também são baseadas em experimentos com animais de laboratório e células de câncer isoladas, em que os componentes desses alimentos de origem vegetal são estudados para se entender como exercem suas ações protetoras contra os tumores.


O que aprendemos com diversas pesquisas é que, além de vitaminas, minerais e fibras, frutas e verduras contêm uma série de compostos chamados de bioativos ou fitoquímicos, capazes de interferir em vários processos alterados nas células durante o desenvolvimento do câncer. Tais substâncias combatem os radicais livres, protegem o nosso DNA e impedem que as células se dividam descontroladamente.


Exemplos desses compostos bioativos são os flavonoide, amplamente distribuídos em vegetais, que compõe uma família com mais de 5 mil membros;  as antocianinas, que dão a cor avermelhada a cerejas, morangos, uvas e amoras, compostos que contêm enxofre presentes no alho e responsáveis pelo seu gosto característico, isotiocianatos, que são encontrados em repolho, brócolis e couve-flor, e derivados isoprênicos que conferem a fragrância cítrica a frutas como laranja, tangerina e limão.


O câncer leva anos, décadas, para aparecer. Isso significa que sempre é tempo de adotar medidas de prevenção. Comece já e inclua mais frutas e verduras em seu cardápio.


Fonte: Thomas Prates Ong é farmacêutico-bioquímico, professor do Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) e secretário-geral da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN)* Thomas Prates Ong é farmacêutico-bioquímico, professor do Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) e secretário-geral da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN)* Thomas Prates Ong é farmacêutico-bioquímico, professor do Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) e secretário-geral da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN)




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