Plena consciência ajuda você a saber o que é uma ação boa ou má, saber que se você fizer as coisas más trará sofrimento para si e para outros.
Isto é uma definição muito simples e precisa de bom e mau. E é claro, as boas ações são aquelas que trazem alegria e felicidade verdadeira.
Tudo que é bom se esforce por fazê-lo. Isto significa fazer o que pode trazer paz, estabilidade e alegria para você e para outras pessoas. É fácil dizer, fácil de entender, mas não é fácil de fazer ou evitar. As duas primeiras coisas dependem totalmente da terceira: purificar, subjugar sua mente. A mente é a base de tudo.
Se há confusão na sua mente, se há ódio e fortes desejos na sua mente, então sua mente não está pura, sua mente não está sob controle, subjugada e mesmo que você queira fazer boas ações, não poderá e mesmo que queira evitar fazer as más ações também não poderá. E por isso que a base, a raiz é sua mente.
Quando você evitar fazer más ações está praticando compaixão, porque evitando-as significa não levar sofrimento para você e outros. A prática da compaixão é a prática da felicidade, porque felicidade é a ausência de sofrimento. Portanto tente fazer as boas ações: karuna, maitri. Este ensinamento é a prática do amor, da compaixão, da generosidade. Quando você entende, as duas primeiras sentenças passam a ter muito significado. Você pratica amor, compaixão, generosidade e essas práticas te trazem felicidade. Felicidade não pode existir sem amor. Os Budas nos recomendam amar, e o modo concreto é evitar ser causa de sofrimento e buscar oferecer felicidade.
Você pode fazer isso de forma fácil e bonita apenas quando sabe como subjugar sua mente, como purificar sua mente. Isto é muito especial. Se você fizer a pergunta, “Qual a coisa mais especial do budismo?”, a resposta é: a arte de subjugar sua mente, de purificar sua mente. O budismo nos dá os ensinamentos concretos de forma a purificar, subjugar e transformar nossa mente. E uma vez que sua mente esteja purificada, subjugada, transformada, a felicidade se torna possível. Em uma mente que ainda tem muita confusão, desejo, raiva, e falta de entendimento não pode haver amor e felicidade para si mesmo e para o mundo. Portanto o ponto mais importante a aprender é a arte de subjugar, controlar a mente e purificá-la.
Se você não conseguiu isso, você não conseguiu nada do budismo.
T.S. Eliot era um poeta, escritor e crítico nascido em Boston em 1888. Quando cresceu foi para a Europa e se tornou cidadão britânico. Sua poesia é um tipo de meditação; ele olha profundamente e muitos de seus poemas são gathas mostrando seu entendimento. Ele disse que sempre tentou olhar profundamente; essas foram as palavras que ele usou: olhar profundamente, para entender as raízes do sofrimento. Ele descobriu que a mente é a raiz de todo sofrimento; sua própria mente é a fundação de todo sofrimento que temos. Isto é exatamente o que Buda disse. O sofrimento que temos que suportar vem todo de dentro da mente, uma mente não pura, não transformada, não controlada.
Mas T.S. Eliot disse apenas metade do que Buda disse. O Buda disse que todo sofrimento vem da mente, mas também que a felicidade vem da mente. Toda felicidade. Portanto a mente que se mantém não controlada, não transformada, confusa com ódio e discriminação, traz muita infelicidade e sofrimento, mas a mente purificada e controlada pode trazer consigo muita felicidade para si e para as pessoas próximas.
Quando você caminha daqui até o pinheiro começa com um passo, e treina de tal modo que cada passo contenha a energia da plena consciência, concentração e insight. Se você realmente pratica meditação caminhando, descobrirá que a cada passo é gerada a energia da plena consciência, concentração e insight, levando a você muita felicidade porque os três elementos, plena consciência, concentração e insight, purificam e controlam sua mente trazendo a tona toda bondade da sua mente. Quando você anda dessa forma, primeiramente está consciente que está dando um passo: esta é a energia da plena consciência. Eu estou aqui. Eu estou vivo. Eu estou dando um passo. Você caminha e sabe que está dando um passo. Esta é a plena consciência no caminhar. A plena consciência te ajuda a estar aqui e agora, totalmente presente, totalmente vivo de forma a dar um passo.
Mestre Linji disse, “O milagre não é andar no ar ou sobre a água, ou sobre o fogo. O milagre real é andar sobre a Terra”. Andar assim com concentração, plena consciência e insight é fazer um milagre.
Você está realmente vivo. Está realmente presente, tocando as maravilhas da vida dentro e em sua volta. Isto é um milagre.
Muitos de nós andam como sonâmbulos. Nós andamos, mas não estamos lá. Nós não experimentamos a vida, ou suas maravilhas, não há alegria. Nós somos sonâmbulos através da nossa própria vida e nossa vida é um sonho. O budismo fala sobre despertar deste sonho. Despertar. Um passo em plena consciência pode ser um fator de despertar que te trará à vida, que te trará o milagre de estar vivo. Quando a plena consciência estiver lá, concentração também estará porque plena consciência contém concentração.
Você pode ser mais ou menos concentrado. Pode ser cinqüenta, sessenta ou noventa por cento concentrado no seu caminhar, mas quanto mais concentrado mais tem chance de ter insights. Plena consciência, concentração, insight, smirti, samadhi, prajna.
Cada passo que você dá gera esses poderes, essas três energias. Se você é um forte praticante essas três energias serão muito poderosas e cada passo te trará muita felicidade, a felicidade do Buda.
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