Muitos médicos são treinados somente para avaliar o que é possível fazer pelo paciente e não o que faz sentido fazer.
Isso ficou claro para mim quando meu filho foi diagnosticado com Câncer. Você pode se perguntar… mas Vanessa você não foi diagnosticada antes do seu filho? E a resposta é sim, mas viver na pele a mãe de uma criança com câncer, mudou a minha maneira de encarar o tratamento.
Eu me vi em outra posição, e ela foi muito mais dolorida de quando eu enfrentei o meu próprio tratamento oncológico. Essa perspectiva teve um grande impacto na minha vida.
O câncer não é uma doença só, na verdade, são centenas de doenças que levam o mesmo nome. Existe cada vez mais formas de tratamentos disponíveis. Ninguém tem bola de cristal, mas os estudos mostram para nós simples mortais e leigos, quais as chances de sucesso de cada tratamento para cada tumor.
Eu entendo que os médicos olham para números, e nós estamos preocupados com o sucesso do tratamento antes mesmo de começar, é uma mistura de desespero com vontade que tudo termine o mais rápido possível, sem dor, sofrimento e com a cura.
Quando ele foi diagnosticado, eu comecei a revirar a literatura médica sobre casos como o dele, fiz muitas pesquisas. Encontrei uma mãe em Boston, que a filha estava em tratamento com o mesmo tipo de câncer algum tempo, enviei um Direct no Instagram, e logo ela respondeu. Trocamos algumas informações, ela foi muito solicita ( mal eu sabia que num futuro próximo) o médico da filha, também seria do meu filho.
Meu filho era uma criança saudável, muito ativo, não parava um minuto quieto. Eu não aceitava como uma criança feliz e saudável pudesse ter um diagnóstico tão cruel como esse.
Perder um filho não é um curso natural da vida
E ninguém está pronto para isso.
Eu não estava, e não aceitei quando o médico disse que ele precisava iniciar o tratamento imediatamente, caso contrário corria risco de vida.
Não entenda mal, eu entendia a pressa do tratamento, só não aceitava e não aceitei que pudesse perder meu filho.
Isso não iria acontecer , e de fato não aconteceu.
Quando eu ouvi essa possibilidade, cai direto no buraco negro, mas logo me levantei.
Tempo depois, percebi o quanto esse médico foi cruel na forma que falou sobre as possibilidades dele, e tenho a certeza de como ele não era um médico que sabia lidar com criança.
Dizem que os fantasmas vêm à noite.
Os meus fizeram passar longos meses em claro.
Se pensamento selavam entre o medo da perda e o medo do que meu filho teria que enfrentar.
Imaginei vários cenários e imediatamente já buscava a solução.
Eu sei que a situação era grave, e decidir o caminho a seguir não é uma tarefa fácil, ainda mais quando não temos conhecimento do tamanho dos problemas que poderíamos enfrentar. No tratamento nada é preto no branco, cada paciente reage de uma maneira, cada paciente tem um sintoma, por isso sempre falo nenhum tumor ou tratamento é igual do seu colega. O que funciona pra você, não necessariamente vai funcionar para o outro.
Em vez de paciente, agora eu era acompanhante. E aí ficou nítido para mim que a medicina muitas vezes olha a doença e pensa como eliminar.
Só que nem sempre essa abordagem é a melhor para o paciente.
O médico disse que precisaria fazer uma cirurgia, após algumas sessões de quimioterapia. Seria retirado o máximo do tumor que estava na Tíbia, e ai colocaria um osso humano, que precisaria de toda uma busca no Brasil para encontrar um tamanho de acordo com meu filho.
Aquela cirurgia aumentaria a chance de cura e qualidade de vida dele.
A cura dependia da resposta das células aquele osso e também ao tratamento, que seguiria após cirurgia. Foi uma cirurgia bem agressiva, que demorou mais ou menos 7 horas.
O câncer nos coloca de frente com a finitude da vida, são horas vendo aquele aparelho pingar aos poucos a medicação e pensar na vida, analisar o que temos feito para estar presente na vida dos filhos, se aproximar mais de quem amamos e ter um propósito na vida.
Foi um período em que eu refleti muito sobre a vida e sobre as minhas escolhas. Muitas vezes meu filho ficava quieto, de mal humor em silêncio, tivemos dias muito difíceis.
Como eu disse, ele sempre foi muito ativo, uma criança feliz, alegre e muito carinhoso. Após tudo isso, ele se fechou, não voltou a ser o mesmo filho que antes, passar por tudo isso deixa muitos traumas e cicatrizes físicas mas principalmente na alma.
Nós fizemos tudo que a medicina podia oferecer.
E foi então que minhas pesquisas e estudos, me levaram a Ozonioterapia, Medicina chinesa e câmara hiperbárica.
Após a cirurgia, ele teve uma grande e complicada infecção, foi preciso dar uma pausa no tratamento. Foram meses assustadores, tivemos discussões entre médicos, discussão de uma mãe com médico que faltou com respeito, e ai foi o momento que me levou a pedir a retirada desse médico no acompanhamento do meu filho.
O que quero dizer, é que todos temos momentos complicados em algum momento da vida, uns mais outros menos. Uns sabem como lidar outros não, uns tem recursos e muitos não tem, e precisa seguir como está.
Agradeço todos os dias, por ter esses recursos que foram fundamentais na recuperação na saúde do meu filho. Sinceramente eu não sei, se não fosse esses recursos, ele teria sobrevivido após a infecção.
Por isso sempre me dói muito, quando vejo que ainda temos muitos pacientes que acreditam somente no tratamento convencional, e aqui não estou falando de benefícios do dinheiro, é claro que ele é fundamental, mas ainda tem muito que podemos fazer para cuidar da nossa saúde antes mesmo que a doença possa aparecer, e muito mais quando ela surge.
Essa é a beleza da Medicina Integrativa e da Terapia Holística. Olhar para o todo, o porque você ficou doente, muitas vezes coisas que aconteceram num passado tão distante, podem ser consequências de uma doença, como o câncer que te pega de surpresa.
O tratamento tem mudado constantemente, está mais avançado, com menos sintomas e mais sucessos nos resultados.
Mas sinto que as pessoas ainda tem muita dificuldades em fazer mudanças na sua vida, e não dão credibilidade nenhuma as terapias holísticas que estão disponíveis para tornar o caminho da doença mais leve, e sim, isso é possível e comprovado cientificamente.
Precisamos parar de ter pensamentos tão negativos sobre o câncer, e parar de acreditar que câncer significa morte.
Precisamos nos juntar, e falar mais de Vida e Saúde e como podemos melhorar o impacto que essa doença traz, unificar nosso conhecimento e troca de experiências pessoais e poder direcionar tudo isso para ajudar o próximo e melhorar o sistema.
É motivador pensar que existe um sentido maior no que eu estou fazendo nessa vida.
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