Financiamento para Pesquisa do Câncer, Esperança e Medo

• O financiamento da pesquisa do câncer envolve recursos federais, estaduais e privados, com o NIH e o NCI como principais contribuintes.

• Os cortes orçamentários propostos para 2026 para o NIH ameaçam o progresso na pesquisa e nos avanços no tratamento do câncer.

O câncer é apartidário. Toca a todos passando por religião, raça, etnia, orientação sexual e status socioeconômico. Como comunidade, lutamos para prevenir, diagnosticar, tratar, curar e lamentar esse “Imperador de Todas as Doenças”. Há, e continuará a ser, uma tremenda esperança e oportunidade no campo da oncologia, frutos colhidos pelo compromisso e investimento de longa data na descoberta científica.

O cenário de financiamento para a pesquisa do câncer é complexo, com várias partes interessadas investidas na melhoria dos resultados. Há uma mistura intrincada de recursos federais, estaduais e privados configurados para estudar e combater o câncer. Os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) e o Instituto Nacional do Câncer (NCI) são, de longe, os maiores mecanismos financiados pelo governo federal que existem para combater o câncer. Você e eu, contribuintes, somos os maiores financiadores de saúde e pesquisa nos Estados Unidos.

Em 1971, a Lei Nacional do Câncer, uma emenda à Lei do Serviço de Saúde Pública de 1944, levou ao estabelecimento do NCI, declarando oficialmente nossa “guerra ao câncer”. O ato concedeu ampla autoridade ao diretor do NCI e aumentou significativamente o financiamento para instituições de pesquisa acadêmica. Instituições privadas, fundações e empresas farmacêuticas também desempenham um papel crítico nessa batalha e, juntamente com o financiamento federal, levaram a melhorias significativas nos resultados e na sobrevivência geral para pessoas diagnosticadas com câncer. O financiamento do NIH e do NCI contribuiu para 99% das terapias aprovadas entre 2014 e 2019, e os avanços contínuos provavelmente contribuirão para o futuro do tratamento do câncer na América e globalmente.

O orçamento do ano fiscal de 2026 propõe um corte de US$ 17,5 bilhões para o NIH, incluindo o NCI, totalizando um corte de 37% no financiamento. Não podemos aceitar isso. Nossa comunidade de cientistas, médicos, pacientes e cuidadores não pode permitir que um clima de medo e cortes no orçamento diminua a descoberta. Em uma recente carta poderosa ao povo americano, cientistas que abrangem o espectro político que representam os principais pesquisadores médicos e científicos do país, incluindo os ganhadores do Nobel eleitos membros das Academias Nacionais de Ciências e Medicina, escreveram que “... a voz da ciência não deve ser silenciada. Todos nós nos beneficiamos da ciência, e todos nós temos que perder se a empresa de pesquisa do país for destruída.” Cortar o financiamento para pesquisas críticas sobre o câncer, incluindo ensaios clínicos, destruiria essa grande empresa que está embutida no tecido do nosso país. Mudanças rápidas e cortes na infraestrutura da Food and Drug Administration correm o risco de retardar a aprovação de novas terapias para pacientes em espera. Precisamos agir de forma racional e rápida para instar nossos funcionários eleitos a mudar de rumo e continuar a financiar o trabalho crítico que continuará a levar à descoberta e à cura.

Enquanto me sento com uma jovem que foi recentemente diagnosticada com câncer de pulmão em estágio 4, ela me pergunta se há esperança. “Como nosso cenário atual de cortes orçamentários, medo e ceticismo afetará meu resultado?” Eu digo a ela que não sei, mas prometo a ela que faremos tudo o que estiver ao nosso alcance como comunidade para permitir que ela viva bem e com foco na qualidade e dignidade de vida.

Precisamos entender que a pesquisa científica básica pode estar em perigo, mas a prática da oncologia não mudou. As clínicas estão funcionando como de costume. Os ensaios clínicos estão funcionando como de costume. Tratamento, progresso e cura ainda estão ao alcance.

Martin Luther King Jr. disse: “O arco do universo moral é longo, mas se inclina para a justiça”, assim como o progresso científico, as descobertas de amanhã estão fundamentalmente entrincheiradas nos investimentos que fazemos hoje. Apesar do cenário atual de financiamento de pesquisa, há uma tremenda quantidade de esperança e oportunidade contínua de progresso hoje.